quinta-feira, 28 de abril de 2011
De canções e de revolução
A história é escrita a cada momento com atos e atitudes que podem marcar com sombra ou com luz, como um grande herói, ou revolucionário que se destacou, ou um conjunto de pessoas que tocadas por seus ideais, por uma aspiração que vem ao encontro das aspirações de tantos mais vai se forjando... mudando, criando. Efervescente e viva!
A música, assim como outras manifestações artísticas expressam muito do que vai na alma de um povo numa fração do que chamamos tempo... Revendo um vídeo que fala de "Música de Protesto", algo nos tocou... é a cara de um Brasil que sofreu de violência, de restrições da liberdade, mas de muitos que lutaram, e não com armas usuais de guerrilhas, pelo menos não tanto... Falamos de uma outra arma, a palavra em forma de versos melodiosos... a resistência a não deixar que a censura acabasse com a expressão de tons, semitons, palavras com duplo sentido... mas, sim, por intermédio de músicas fortes que marcaram a vida de gente daquela época, e espalhou seus reflexos para frente e que foi um brado sonoro, em ondas dançantes, em ritmos de chamamento...
Assim, hoje, com simplicidade homenageamos os cantantes de vida e de beleza, em forma de protestos, os que acreditaram e voltaram ao nosso Brasil, os que por um tempo seguiram o "Brasil, ame-o ou deixei-o", embora o deixar pudesse não estar divorciado do amar... E quando iniciado um período de democratização, retornaram do exílio... músicas que nos tocam até hoje, ainda que o tempo tenha suavizado a juventude e o ímpeto daqueles que cantaram e compuseram...
Hoje, somos a Nação Pachamama herdeira de tantos atos heróicos e revolucionários por essa América Latina colorida de jeitos e ideais... de trabalho e também de lutas... Que sejamos persistentes e corajosos o suficiente para levarmos bem alto nossa bandeira, e com nossas atitudes e jeitos, nossas diferenças trabalhadas e harmonizadas, possamos, SIM, mudar o que tem que ser mudado, possamos, sim, ouvir o grito de Pachamama e instigar a que Ela seja ouvida, possamos, sim, ser o exemplo, não o perfeito, mas o cheio de humanidade, para que um tempo melhor chegue, para que se prepare (e está se preparando) nossas casas internas e nossa Grande Casa para o retorno de Cristo à Terra!
Assiste o vídeo, sem um juízo de valor, mas apenas sentindo... e relembra o guerreiro que há em ti... sente nossa terra amada Brasil, sente que podemos ser a Nação Pachamama, ampla, convidativa, equilibrada e amorosa! Depende de cada um de nós!!! />http://www.youtube.com/watch?v=WFXxRDXGHCU&feature=related
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Chiquinha Gonzaga, mulher de coragem
Chiquinha Gonzaga, nasceu Francisca Edwiges Neves Gonzaga, em 17/10/1847 foi compositora, pianista e foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.
Era filha de José Basileu Gonzaga, general do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, uma mulata muito humilde. Apesar de opiniões contrárias da família, casou-se após o nascimento da menina Francisca. Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de pretensões aristocráticas (seu padrinho era Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias). Ela conviveu bastante com a rígida família do seu pai. Fez seus estudos normais com o Cônego Trindade, um dos melhores professores da época, e musicais com o Maestro Lobo, um fenômeno da música. Desde cedo, frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África, pois nesses encontros buscava sua identificação musical com os ritmos populares que vinham das rodas dos escravos.
Inicia, aos 11 anos, sua carreira de compositora com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família do pai, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial brasileira e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, (já que ele passava mais tempo trabalhando no navio do que com ela) e as ordens dele para que não se envolvesse com a música, além das humilhações que sofria e o descaso dele com seu sonho, Chiquinha, após anos de casada separou-se, o que foi um escândalo na época.
Leva consigo somente o filho mais velho, João Gualberto. O marido, no entanto não permitiu que Chiquinha cuidasse dos filhos mais novos: Sua outra filha, Maria do Patrocínio e do filho, o menino Hilário, ambos frutos daquele matrimônio. Ela lutou muito para ter os 3 filhos juntos, mas foi em vão. Sofreu muito com a separação obrigatória dos 2 filhos imposta pelo marido e pela sociedade preconceituosa daquela época, que impunha duras punições à mulher que se separava do marido.
Anos depois, em 1867, reencontrou seu grande amor do passado, um namorado de juventude, o engenheiro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha: Alice Maria. Viveu muitos anos com ele, mas Chiquinha não aceitava suas traições. Separa-se dele, e mais uma vez perde uma filha. João Batista não deixou que Chiquinha criasse Alice, ficando com a guarda da filha. Apesar disso tudo, Chiquinha foi muito presente na vida de todos os seus quatro filhos, mesmo só criando um deles. Ela sempre estava acompanhando a vida deles e tendo contacto.
Ela, então, passa a viver como musicista independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Deu aulas de piano para sustentar o filho João Gualberto e mantê-lo junto de si, sofrendo preconceito por criar seu filho sozinha. Passando a dedicar-se inteiramente a música, onde obteve grande sucesso, sua carreira aumentou e ela ficou muito famosa, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas. Antes, porém, uniu-se a um grupo de músicos de choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Callado, apresentando-se em festas.
Aos 52 anos, após muitas décadas sozinha, mas vivendo feliz com os filhos e a música, conheceu João Batista Fernandes Lage, um jovem cheio de vida e talentoso aprendiz de musicista, por quem se apaixonou. Ele também se apaixonou perdidamente por essa mulher madura que tinha muito a ensinar-lhe sobre música e sobre a vida. A diferença de idade era muito grande e causaria mais preconceito e sofrimento na vida de Chiquinha, caso alguém soubesse do namoro. Ela tinha 52 anos e João Batista, apenas 16. Temendo o preconceito, faz que ela fingisse que o adotou como filho, para viver esse grande amor. Esta decisão foi tomada para evitar escândalos em respeito aos seus filhos e à relação de amor pura que mantinha com João Batista, da qual pouquíssimas pessoas na época entenderiam, além de afetar sua brilhante carreira. Por essa razão também, Chiquinha e João Batista Lage, ou Joãozinho, como carinhosamente o chamava, mudaram-se para Lisboa, em Portugal, e foram viver felizes morando juntos por alguns anos longe do falatório da gente do Rio de Janeiro. Os filhos de Chiquinha, no começo, não aceitaram o romance da mãe, mas depois viram com naturalidade. Fernandes Lage aprendeu muito com Chiquinha sobre a música e a vida. Eles retornaram ao Brasil sem levantar suspeitas nenhuma de viverem como marido e mulher. Chiquinha nunca assumiu de fato seu romance, tendo sido descoberto após a sua morte, através de cartas e fotos do casal. Ela morreu ao lado de João Batista Lage, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor, em 1935, quando começava o Carnaval.
Chiquinha participou ativamente da campanha abolicionista, por conta da revolta que sentia por seus ancestrais maternos terem sido escravos e sofrido muito, e da proclamação da república do Brasil, e comprava a alforria de escravos com o dinheiro de suas composições. Também foi a fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados:valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas.
(Bibliografia: Wikipedia.org)
Mais sobre Chiquinha? Acesse
http://www.acordacultura.org.br/herois/episodio/chiquinhagonzaga
segunda-feira, 11 de abril de 2011
DOMITILA CHUNGARA - GUERREIRA DA PAZ
"Recordo-me de uma assembléia de trabalhadores,nas minas da Bolívia, já faz umtempinho, mais de 30 anos: uma mulherlançou-se entre os homens e perguntouqual é nosso inimigo principal. Escutaram-se vozes que respondiam: ‘o imperialismo’,‘a oligarquia’, ‘a burocracia’…
E ela, DomitilaChungara, esclareceu: ‘Não, companheiros.
Nosso inimigo principal é o medo, e o levamos dentro de nós.’" Eduardo Galeano