quinta-feira, 3 de julho de 2014

A volta do irmão do Henfil!

Herbert de Sousa... Betinho!!!
Há companheiros que deixam saudades...  como Betinho! Que deixam um legado de intensidade e que soltam tudo... exala toda genialidade de seu coração.
nasceu em 1935, em Bocaiúva/MG, Brasil, hemofílico, assim como seus irmãos (Henfil, cartunista e Chico Mário, compositor). A vida tece paradigmas em nossa caminhada, provavelmente para nos tornar homens sensíveis e fortes. Betinho com hemofilia, contraiu tuberculose aos quinze anos e passou muito tempo recluído num quartinho, quando pode ler, e muito... deixou-se influir por ideias novas, por revoluções e por sonhos....
e como se forja um revolucionário?  Betinho dizia que o sentido de indignação dá sentido a vida, assim como a solidariedade.
Dessa indignação, transformou-a em militância.
Recuperando-se da doença, passa a fazer parte da juventude da Ação Popular em Belo Horizonte, militância oriunda da igreja católica, dando seus primeiros passos como ativista brasileiro PRESENTE e ATIVO.
Betinho, no governo de Jango, trabalhou junto ao programa de alfabetização do Governo, intuindo a instabilidade política do país. Paulo Freire foi quem os influiu.
Inspire as pessoas a lutar por uma causa!
Veio o Golpe Militar e já residia na capital carioca quando, desde ali, passou a viver na clandestinidade, pois já era procurado pelos militares. Lembram-se de seu temor quando, do dia do Golpe, viu o prédio da UNE em chamas.
Uma das estratégias das frentes de luta nesse período foi transformar os militantes em operários, mesclando-os junto ao Povo.
Em 1971, Betinho seguiu o caminho e se exilou no Chile. Trabalhou na assessoria do Presidente Allende até sua deposição quando Pinochet toma o poder.
Recebe asilo na embaixada panamenha e segue ao Canadá e, mais tarde, ao México.
Regressou a pátria após intensa campanha da anistia aos perseguidos políticos. Esse querido companheiro, virou um símbolo de resistência e luta, mas trouxe uma nova compreensão sobre a militância e proximidade ao povo.
Deixa o ativismo político, e entra na esfera da militância civil. Dizia que não pensava mais entre a Direita e a Esquerda, pois, onde está a POPULAÇÃO?
Iniciou-se a uma nova compreensão da Democracia, aquela que o povo toma as rédeas dele mesmo, sem a espera dos governantes.
Essa reviravolta foi uma revolução aos padrões conhecidos de luta.
Em dois anos foi co-fundador da IBASE (instituto brasileiro de analises sociais e econômicas) e, posteriormente, liderou o movimento Terra e Democracia, instigando milhares de pessoas a lutarem pela democratização da terra.
“É preciso mobilizar a sociedade para temas fundamentais”.... “e pressionar o governo”.
Disse: NÃO PACTUO MAIS COM A MISÉRIA E A POBREZA.
Da complexidade da reforma agrária nesse país, sente, reflete e sensivelmente vê o problema da fome no Brasil.
“A alma da fome é política!”
Assim, após o Movimento pela ética na política (que ajudou no impeachment de Collor), iniciou a Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria, pela Vida.
Trouxe o tema da fome aos brasileiros e uma rede imensa foi criada, perpetuando essa campanha até hoje.
“O brasileiro é solidário!”
Dessa ação, que instigou a ação da sociedade, foi chamado para assumir o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (criado após as movimentações ocorridas). Como resposta, afirmou: “Meu lugar é na planície, e não no planalto”, pois sua atuação seria na sociedade e não no governo.
Como hemofílico Betinho e seus irmãos passaram a vida de transfusão em transfusão de sangue, até que, os três contraíram o vírus da AIDS. Abalado, criou o movimento e uma luta pelos direitos dos portadores do vírus do HIV, para quebrar a barreira do preconceito.
Fez uma campanha aberta de conscientização da doença. Seus irmãos, Helfil e Chico Mário faleceram em 1988.
“No Brasil não existia o controle do sangue: a Aids era desconhecida. Ele não existia também para outras doenças. Assistimos ao comércio de sangue, uma irresponsabilidade total. Neste sentido, a Aids salvou o sangue.’”
Betinho.... bah... gracias por tamanha garra no trabalho pela liberação desse país... por sua sensibilidade militante, apaixonada, indignada.... gracias por saber usar tão bem a maior arma de todas: A ALEGRIA.
Pela revolução de sua vida, GRACIAS COMPANHEIRO!!!
“O que somos é um presente que a vida nos dá. O que nós seremos é um presente que daremos à vida.”
“o que nos faz falta é a capacidade de traduzir em proposta aquilo que ilumina nossa inteligência e mobiliza nossos coraçoes. A construção de um novo mundo.”
Herbert de Sousa.... Betinho

astreia





Olga Benario Prestes


OLGA Río de Janeiro, 1936. Para ella la cárcel es solo la imagen del silencio. El silencio la cara de los días. Los días son como el aire, caminan y no se sabe a donde van. Caminan y ella se cree que marchan hacia un rinconcito de un pequeño país de maravillas, donde anida una almita media risueña que algunos llaman justicia, y sin embargo no, al final terminan desviándose... Es que el aire a veces sabe equivocarse, o peor que eso, el aire se mete en un país donde las almas son parte del olvido, o peor todavía, el aire deja de soplar que es como decir que la dolor queda ahí... o sea aquí... Y los días, estos días que faltan para que ese navío, que espera en el puerto, se la lleve rumbo a un campo de concentración, también pueden equivocarse. O peor todavía, pueden olvidar que el camino hacia esa almita, muchas veces se quiebra por el hacer y deshacer de unos hombres de latas y uniformes que, saben empollar la tristeza entre sus cuevas. Como el tal Adolfo, como el tal Benito, como el tal Getulio... Una hora de hace algún tiempo ella supo dejar su Alemania para venirse a amanecer en el Brasil. Supo seguir a Luis Carlos rumbo al viento por los senderos de este país. Y pelear con él y su Columna a los señores del café y del azúcar, siendo vida en cada paraje caminado. Supo ser agua en los brazos de ese coronel chiquito y sin latones, que la metió de raíz en la América. Supo sembrarlo en su cuerpo y cosecharlo en los ojos del sudor. Pero ahora, los soldados de don Getulio llegan a la cárcel donde está detenida para llevarla. Los hombres de la Gestapo esperan en el puerto. Los presos se amotinan. Entre ellos, un escritor de rostro serio y mirada triste llamado Graciliano, escribe sus memorias de la cárcel. Ella, con su panza grande como un mundo, no permite una masacre y se entrega sabiendo lo que le espera... Mientras el barco la lleva de vuelta a su país, que en realidad no es de nadie, ella se hace todas las preguntas del mundo: "¿Dónde estamos? ¿En el fondo de una cueva? ¿En el centro de un huracán? ¿En el calor de este Brasil? ¿En el frío de esa Alemania? ¿En la esperanza nacida en octubre de 1917? ¿Dónde estamos? Ni en un fruto. Ni en una raíz. Ni en una semilla. Yo creo que estamos en un mundo desterrado de las aguas, de la sal...". Pero a pesar del océano que la lleva a la cámara de gas, ella se niega a dejar de soñar. Y se convence que siempre existirán pequeños rincones donde cobijar los sueños, o sea las cambios. Y se imagina que tal vez algún día, esos pequeños rincones se hagan país. Aunque ahora sabe que las revoluciones se hacen mirando para abajo, trabajando duro y con pocas palabras. Sabe también, que se hacen con imaginación, con solidaridad y los grandes sacrificios que imponen los ideales. Y sabe, sobre todo, que para las revoluciones no alcanza con una realidad injusta, hace falta también que los pueblos crean y confíen en la ideas y en los hombres. Luego mira el mar y dice: "sé que hay mucho que inventar para que eso ocurra, pero vale la pena esperar el día". Gracias al mar, y a pesar de él, los ojos de Olga van hacia el futuro. Es que la vida siempre puede más que la equivocación del aire, o de los días. La vida viene con todas sus almas en el corazón, con todos sus corazones en las manos, con todas sus manos en la piel. La vida llega, se acurruca sobre su mirada y se hace imagen en el tiempo... Olga Benario Prestes. Nació en Alemania en una familia judía. Fue militante comunista desde muy joven. En 1935, el Comintern la destacó para acompañar a Luis Carlos Prestes en su intento por liderar una revolución en Brasil. Durante la marcha de la "Columna Prestes", que recorrió miles de kilómetros a lo largo del país, los dos se enamoraron y llegaron a Río de Janeiro casados. La rebelión fue sofocada y ellos fueron presos en cárceles distintas. Ella, embarazada, fue entregada por el gobierno de Getulio Vargas a la Gestapo de Adolfo Hitler. En 1942 fue ejecutada en una cámara de gas en Bernburg.